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María Adela Díaz

GUATEMALA

1973

María Díaz é diretora de arte e artista visual, com uma vasta carreira no campo artístico. Sua produção é representada pelo uso do próprio corpo. Seu corpo como uma tela para expressar seus protestos sobre situações discriminatórias e migratórias políticas, patriarcais e filosóficas. Na sua corporalidade, que é onde vive o limite do visível e do invisível, explorando o sentido dentro dos limites da presença e ausência da mulher em nossa sociedade contemporânea. Há sempre uma luta constante demonstrada em seu trabalho, o que representa uma batalha autobiográfica e espiritual, onde ele tenta definir e redefinir os limites de sua força e fraqueza corporal. Enquanto artista, o diálogo do seu corpo abre a procura de encontrar aquele lugar onde o simulacro, o metafórico e o físico se entrelaçam.

A necessidade de colocar em prática todos os problemas sociais vividos na Guatemala do pós-guerra, a artista se transforma em um conjunto de obras que se compõem de performance, instalação, videoinstalação, poesia, colagem, obra-objeto de caráter confrontativa, que contam histórias que são silenciadas por uma sociedade extremamente conservadora e patriarcal. Sua primeira instalação intitulada Poesia fora do peito (1999) que era conformada por uma colagem de mamilos de mulher, que contêm uma pequena abertura em cada mamilo, onde as palavras podem ser retiradas, formando diferentes poemas escritos por várias poetas guatemaltecas. A próxima performance intitulada Ambrosía (2000) a artista é encerrada em uma caixa de acrílico transparente, vestida de branco e rodeada por três mil moscas machos que invadem seu corpo, abrindo diálogos para questões sobre o genocídio indígena durante a guerrilha no pais.

Em 2001, a artista migrou para os Estados Unidos, onde sua produção mudou seu rumo para outros formatos. As ações desenvolvidas pela artista após essa mudança abrem um diálogo que mostra a situação dos imigrantes, onde um exemplo seria a vídeo performance Borderline (2005) sendo uma das ações mais marcantes da carreira da artista, que é fechada em uma caixa de madeira marcada por seu número de identificação migratória # 097 185 518. Na caixa a artista mergulha no mar por uma hora enquanto as ondas e a correnteza do mar a puxam de um lado para outro. Em seguida, sua obra Temple (2006) aborda o sentimento de aninhamento, a relação da maternidade, o corpo como refúgio, como criador de vida, onde no vídeo performance se realiza a ação de despir seu corpo as camadas de roupas para contruir uma casa com as poucas peças que veste. Em 2016 participou na exposição “Corpos Políticos” na Croácia, onde apresentou a performance e intervenção no espaço In-Transit, ressaltando mais uma vez a problemática da migração e deslocamento no mundo, colocando-se num barquinho com 4 pessoas ancorado no rio Drava, Croacia.

O conjunto de trabalhos realizados desde 1999 a torna uma luz na história da mulher na arte contemporânea. A força que cada obra conceitual aborda, sobre questões reais, diversas e muitas vezes de invisibilidade e discriminação das mulheres, que ela resgata ao expor abertamente como um lembrete de que essas diretrizes merecem ser discutidas e sanadas. Participou de inúmeras exposições em todo o mundo, incluindo Centre Pompidou na França (2009), Exteresa Arte Actual na Cidade do México (2001), o Museu de Arte Contemporânea de San José, Costa Rica (2000), entre outras. Atualmente desenvolve um projeto artístico que será exibido na Bienal de Design de Londres em junho de 2021.

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