Rosana Andrade
BRASIL
Mãe solo da Luíza Amélia, 9 anos, e da Melina, com 6 anos, periférica. Mora hoje na minha cidade natal, no interior do estado de São Paulo, em Regente Feijó, ao qual costuma me referir como periferia rural. Desde 2017, desenvolve um trabalho artístico a partir da fotografia amadora, intitulado Absurdity daily. Através de um montante de referências, e atravessamentos, surgiram questionamentos sobre o quão a morte impacta o indivíduo, o que se movimenta a partir da estética, do contato com a matéria enquanto corpo, e principalmente de como se concebe e se desenvolve o conceito de vida ante a iminência da morte. Neste período, ainda com este trabalho em aberto, segue ampliando dois ensaios intitulados: Quando a música acaba e Fragmentos, sendo o segundo ainda não lançado.
Quando a música acaba, trata do impacto direto da morte no indivíduo enquanto espectador, e possibilita a troca direta de experiências com o mesmo a partir da galeria de arte mais democrática e contemporânea: as redes sociais. Cotidiano absurdo, é expressão artística individual, mas sobretudo a expressão do encontro com o inevitável, com a desfragmentação e desmistificação do conceito de morte enquanto fim absoluto, através da imagem. Permite ao espectador visitar o processo e transitar por inúmeras possibilidades, para além de conceitos engessados pela religião, moral, e tradições culturais. Com nuances de poesia e melancolia, advindos de um desenvolvimento íntimo e visceral, transpassa do olhar sensível, para um ato revolucionário, pois surge também da necessidade de confrontar as imposições sistemáticas.
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